[Análise] Immortals: Fenyx Rising (Multiplataforma)

31/12/2020 16:55 por H. Sanchez
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Immortals: Fenyx Rising

Immortals: Fenyx Rising foi desenvolvido pela mesma equipe de Assassins Creed: Odyssey (Ubisoft Montreal), tanto que uma parte da mecânica e do gameplay do AC: Odyssey permanece em Immortals, porém com uma pitada de jogo de plataforma e elementos mais objetivos (e mais combos também!). Lançado em 3 de dezembro para consoles e PC, o game multiplataforma possui forte influência de Zelda: Breath of the Wild.

Com o título original de Gods and Monsters, o jogo foi renomeado para evitar problemas jurídicos. Sejamos sinceros: “Immortals: Fenyx Rising” é um título de jogo que à primeira vista não irá chamar a atenção do jogador mais desavisado. Mas apesar do título de gosto “duvidoso”, a nova IP da Ubisoft passa longe de ser um jogo mobile genérico, pois Immortals é um jogo divertidíssimo que merece sua a atenção.

Immortals: Fenyx Rising O combate do game é bastante sólido e carrega uma dose de Assassin’s Creed: Odyssey em seu DNA.

Em seus últimos títulos, percebo que a Ubisoft busca sempre “permanecer na sua zona de conforto”, publicando novas atualizações de suas franquias já consolidadas, seguindo basicamente a mesma premissa de "buscar um objetivo dentre os milhares disponíveis, cumpri-lo, encontrar um novo propósito no gigantesco mapa e repetir o ciclo até chegar ao final do game". Na minha opinião essa fórmula já se encontra um pouco desgastada, acarretando situações em que jogos enormes como "Assassins Creed: Valhalla" acabam se tornando maçantes à medida que progredimos na história. Já é tempo dos desenvolvedores perceberem que uma quantidade imensa de quests genéricas podem cansar uma boa parcela dos jogadores, prolongando a experiência de forma negativa.

Admito que tive medo que Immortals: Fenyx Rising viesse a repetir essa velha conhecida fórmula da Ubisoft, mas ao invés de encontrar um clone cartunizado de Assassin’s Creed, fui apresentado a um game bastante intuitivo e divertido que resgata uma "vibe" despretensiosa (que me relembrou de como eram os games da geração do Playstation 2). Achei essa premissa bastante funcional, enxergo esse "retorno" à essência do que faz um videogame divertido um esforço totalmente válido, pois não é somente com experiências cinematográficas e iluminação de última geração que se faz um bom jogo. Não que em Immortals não tenha esse tipo de cuidado por parte de sua desenvolvedora, visto que o jogo consegue ser belo e ter um visual artístico muito competente, mas o que quero dizer é que o game não conta somente com isso para proporcionar uma experiência divertida ao jogador, apostando na simplicidade de elementos eficazes para entreter. Um excelente exemplo dessa premissa é a forma intuitiva de resolver os puzzles das diversas "Câmaras do Tártaro" espalhadas pelo mundo do jogo.

Immortals: Fenyx Rising Explorar o mundo aberto do jogo é um deleite visual.

Immortals não se leva a sério, a história narrada pelos deuses Prometeu e Zeus é pautada na comédia e demonstra de forma divertida o lado caricato (e egoísta) dos deuses do Olimpo. A narrativa conta a saga da heroína (ou herói) chamada Fenyx, que tem como objetivo principal derrotar o titã Tifão que foi libertado do Tártaro e roubou as essências dos deuses, e provocou eventos apocalípticos na ilha onde se passa o mundo do jogo. Fenyx deverá buscar as bênçãos dos principais deuses do panteão olímpico para derrotar Tifão e tentar salvar a todos.

Immortals: Fenyx Rising Além de aparências pré-definidas, existem diversas opções de armaduras e armas para customizar Fenyx.

Talvez justamente por não se levar a sério, o jogo consegue acertar em cheio em ser simplesmente o que ele se propõe: ser um jogo divertido. O que para mim é uma experiência extremamente válida e bem-vinda. Seu combate apesar de simples, passa longe de ser raso.

Immortals: Fenyx Rising É bastante satisfatório enfrentar os variados inimigos do jogo, existem: bestas, soldados do tártaro e criaturas mitológicas, além de semideuses corrompidos por Tifão.

O game possui um visual “cartoon-like” que proporciona um design bastante agradável e interessante, Immortals merece destaque por conseguir manter sua fidelidade gráfica nos mais distintos consoles, com versões que vão desde o Nintendo Switch até o Playstation 5/Xbox Series S, passando pelo PS4, Xbox One e PC. Fazendo o uso do motor gráfico/engine proprietário da Ubisoft, a “Anvil”, os desenvolvedores conseguiram escalonar os gráficos de uma maneira formidável. É impressionante ver a mesma engine dos Assassin’s Creed (e tantos outros jogos) bem aplicada e ajustada para conseguir entregar um rendimento bastante razoável no Nintendo Switch. Immortals oferece um visual belíssimo nos consoles mais novos e PC de última geração, mas realmente é interessante o que conseguiram fazer com a versão do Nintendo Switch, que apesar de visualmente inferior, consegue manter todos os aspectos de gameplay e rodar o game de forma satisfatória, talvez o visual "cartunizado" do jogo tenha contribuído para essa transição acontecer sem prejudicar tanto a versão do console híbrido da Nintendo.

Falando em Nintendo, o jogo se inspira diretamente de diversos elementos do aclamado Zelda: Breath of the Wild: a mecânica de escalada com uma barra de stamina; o uso das asas para planar sobre o mundo; a existência de câmaras/“dungeons” com puzzles que lembram as “shrines”; todos elementos vistos no Zelda de Switch e Wii U.

Immortals: Fenyx Rising

Apesar de não possuir a mesma profundidade existente na física e no mundo de Breath of the Wild (o que torna a interação do gameplay menos orgânica e mais simples do que no jogo da Nintendo), o combate de Immortals é recheado de combos e diversas habilidades desbloqueáveis que progridem com a evolução do jogador, existe a possibilidade de aparar e refletir os golpes dos inimigos (que enchem uma barra que provoca efeito de “stun”), outra mecânica interessante consiste em desviar do golpe do inimigo no último instante do ataque recebido, deixando os adversários em câmera lenta, o que possibilita Fenyx disparar diversos golpes no melhor estilo “Witch time” de Bayonetta.

Immortals: Fenyx Rising Immortals possui um sistema bem simples de “crafting” de poções, bem mais raso que o sistema de culinária de Breath of the Wild.

Immortals: Fenyx Rising

Apesar de não trazer nenhum elemento inovador, a atmosfera proporcionada pelo jogo consegue ser ao mesmo tempo divertida e despretensiosa e permeia o game do início ao fim. A jornada do jogador consiste em enfrentar variados inimigos por meio de um combate sólido e recompensador, enquanto explora o belíssimo mundo e resolve puzzles com soluções simples e intuitivas, tudo isso faz de Immortals: Fenyx Rising um excelente título para quem está em busca de um game com diversão em sua essência. Inclusive arrisco em dizer que Immortals é o jogo mais legal da Ubisoft nos últimos tempos.

Nota: 9/10 Excelente

Ficha Técnica
Título: Immortals: Fenyx Rising
Plataformas: Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Stadia, Xbox One e Xbox Series X/S.
Desenvolvedora: Ubisoft
Distribuidora: Ubisoft

Pontos positivos:
- A simplicidade e objetividade do game evitam que ele se torne cansativo
- Visual belíssimo
- Combate divertido com diversos combos e habilidades

Pontos negativos:
- O tom despretensioso e cômico da história pode não agradar os jogadores que buscam uma narrativa mais “séria”
- O jogo até tenta, mas não consegue ter a mesma profundidade de alguns elementos inspirados em Breath of the Wild
- Apesar de impressionante e bastante fiel em termos de gameplay, a versão do Switch visualmente pode deixar a desejar para um “olhar” mais exigente


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