[Análise] Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas

19/09/2016 22:25 por Heber da Silva Moreira
Categorias   Indie  

Nós, amantes de videogame, ficamos mal acostumados com as produções milionárias de games como Call of Duty, Need for Speed, GTA e muitos outros, e quando nos deparamos com jogos mais “baratos”, os chamados indies, já criamos aquele preconceito de um jogo ruim, feio, chato, etc. Principalmente para os jogadores mais antigos como eu, que cresceram acostumados com poucos criadores de games de sucesso, como Atari, Nintendo e Konami.

Mas felizmente não é o caso aqui, longe disso. Oceanhorn : Monster of Uncharted Seas, criado pelo estúdio finlandês Cornfox&Bros e publicado pela FDG Entertainment, é apenas mais um exemplo de um jogo indie de sucesso, lançado semana passada para PS4 e Xbox One, após o release inicial em 2013 para iPhone/iPad e em 2015 para PC, e ainda uns meses atrás para Mac OSX.

Screenshot de Oceanhorn

Pra começar bem, o jogo possui algumas trilhas sonoras feita pelos compositores Kenji Ito and Nobuo Uematsu, famosos por suas criações nas séries Final Fantasy e Mana/SaGa (talvez o mais conhecido aqui no Ocidente seja Secret of Mana, do finado SNES).

Ao começar o jogo, já percebemos várias influências da famosa série The Legend of Zelda da Nintendo (não que isso seja uma coisa ruim, muito pelo contrário; mas com certeza é uma responsabilidade tremenda), principalmente em The Wind Waker (lançado pro Gamecube originalmente, e depois em HD para o Wii U) e A Link to the Past (e mais ainda pra sua versão “atualizada”, A Link Between Worlds, do 3DS, considerando a beleza dos gráficos). O protagonista, como o Link de Zelda, é um garoto, que também mora num vilarejo do reino de Arcádia (só faltava ser de Hyrule também) e descobre, através do seu mentor Hermit, que seu pai saiu em busca do lendário monstro Oceanhorn, criado por uma energia maligna chamada Triloth.

Screenshot de Oceanhorn

Dessa forma, cabe ao garoto assumir seu papel de herói e partir para o mundo em busca dos emblemas da terra, do oceano e do sol (que seriam a Triforce de Zelda) os quais irão permitir o combate com o vilão final, Mesmeroth (mais uma semelhança com Zelda).

A exploração do mundo, na minha opinião, também é um pouco menos linear do que em Zelda, pois apesar de novas ilhas aparecem no mapa, você não sabe pra qual delas deve ir primeiro, e isso aumenta o nível do game, pelo menos nesse aspecto. Os controles são bem parecidos com The Link Between Worlds, onde você mapeia as armas e feitiços adquiridos (o feitiço pra mim é uma novidade, pois até onde me lembro não tem isso nos games de Zelda que joguei). O feitiço é uma grande arma a ser usada, pois permite acertar um inimigo (ou um botão que vai abrir uma porta ou uma passagem) em qualquer lugar da tela.

Screenshot de Oceanhorn

Os chefes também não apresentam muita dificuldade, em algumas tentativas consegui vencer os dois primeiros, espero que continue assim hehe...nada contra quem goste de jogos desafiantes como Dark Souls, eu também gosto apesar de não ter jogado muito, mas acho que jogos como este e Zelda o mais importante é a jornada... Enfim, é a minha opinião novamente.

Screenshot de Oceanhorn

Apesar de várias semelhanças, algumas diferenças em relação a Zelda podem ser vistas no menu : o level do personagem, que aumenta com o XP ganho realizando os desafios existentes em cada ilha do mundo, pegando itens novos, matando inimigos, etc. Esse ganho de level, infelizmente não é customizado como em vários RPGs, sendo nesse caso semelhante aos títulos de Final Fantasy, onde o aumento de level é feito automaticamente, não permitindo a interação do usuário. Na verdade a parte RPG aqui do game consegue ser ainda pior do que em Final Fantasy, pois não há divisões em habilidades do personagem, como mana (usado para magias e feitiços), força, velocidade, entre outros atributos comuns nos RPGs. Mesmo não permitindo o usuário escolher onde vai aplicar os atributos ganhos com o aumento de nível, o fato de ter divisões das habilidades já indica as fraquezas e forças do personagem, e isso aqui também não é permitido, visto que você não pode trocar de personagens como em Final Fantasy (pelo menos até onde eu pude jogar).

Screenshot de Oceanhorn

Outro problema é não ter o famoso fast travel (“viagem rápida”, em inglês) já comum na maioria dos RPGs atuais, como The Witcher, Skryim e Dragon Age. Pra diminuir um pouco o tédio das viagens pelo menos (já que pra ir nos pontos específicos do mapa tem que andar mesmo, não tem jeito, ou no máximo uma corridinha, que não dura muito tempo, pois consome a energia física do personagem), o jogo deu uma arma pro protagonista matar animais marinhos e explodir bombas e barris, lembrando aqueles jogos de tiro do Nintendo Wii, como Chicken Shoot, Dinosaur Hunter e outros.

Screenshot de Oceanhorn

Enfim, Oceanhorn – Monster of Uncharted Seas, apesar de pecar na originalidade tendo muitos elementos dos jogos de The Legend of Zelda, é um jogo bem feito e bonito, sendo apresentado em Full HD no Xbox One e PS4, com uma trilha sonora envolvente no gameplay, com cada ilha contendo desafios diferentes para serem cumpridos (apesar de não serem obrigatórios para avançar no jogo), e com uma progressão não tão linear, o que garante a qualidade do jogo e com certeza foi um fator de sucesso pra ter chegado agora na nova geração de consoles, permitindo aos amantes de jogos no estilo de Zelda uma nova aventura que irá garantir algumas horas de diversão com certeza.

Nota: 4/5


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