[Análise] Assassin’s Creed: Shadows no Nintendo Switch 2
22/12/2025 19:38 por H. SanchezCategorias Nintendo Switch 2

Lançado originalmente para PC, PS5 e Xbox Series em março deste ano, Assassin’s Creed: Shadows recentemente fez a sua estreia na nova plataforma da Nintendo: o Switch 2, em 02 de dezembro de 2025.
Finalmente temos um Assassin’s Creed novo estreando num console da Nintendo. A última vez que isso rolou foi lá em 2013, quando o saudoso Wii U recebeu Assassin’s Creed IV: Black Flag junto das outras plataformas — já faz um bom tempo.

E como é boa a sensação de jogar um game desse escopo na palma da mão. Durante o período de vida do Switch 1, recebemos versões de títulos mais antigos: Assassin’s Creed: The Ezio Collection, o AC III, o Rogue e Black Flag. (Estou ignorando a versão de Assassin’s Creed: Odyssey que rodava somente via nuvem e que saiu apenas no Japão).
A Ubisoft tem mostrado um forte compromisso com a nova plataforma da Nintendo, trazendo em 2025 dois de seus títulos AAA mais recentes para a line-up do ano inaugural do Switch 2: Star Wars: Outlaws em setembro e, agora em dezembro, Assassin’s Creed: Shadows.
Após algumas atualizações, o port de Outlaws já é considerado um dos mais ambiciosos e competentes no Switch 2, o que sugere que AC: Shadows deverá receber um tratamento igualmente cuidadoso, ao menos é o que nós jogadores esperamos.
Particularmente não percebi nenhum engasgo/strutter gritante durante a minha jogatina, apenas presenciei pequenas inconsistências na iluminação global do jogo, contudo após uma atualização (patch 1.1.7), o problema de iluminação foi totalmente corrigido. Essa versão também corrigiu por completo o erro que provocava crashes aleatórios no jogo durante o modo dockado. E, mantendo a mesma tradição já vista no Star Wars: Outlaws, nesse último update do AC: Shadows também percebi uma melhora significativa da resolução, nitidez e consistência da performance geral do jogo (em ambos os modos - portátil e TV). Ressalto apenas que o jogo persiste com objetos aparecendo de maneira repentina na tela (pop-in) e problemas no LOD (nível de detalhe) - algumas vezes o jogo não soube renderizar corretamente o(s) objeto(s) que estava(m) bem próximo do protagonista, entretanto nenhum dos problemas apresentados comprometem em nada a diversão ou o gameplay.

Facilmente posso cravar o AC: Shadows como o jogo mais imersivo, divertido e ambicioso que tive oportunidade de jogar no Switch 2 desde o lançamento do console, joguei um bocado do game para a análise e continuarei jogando, upando meu nível e procurando equipamentos superiores enquanto continuo a desbravar e completar objetivos no gigantesco mapa do jogo. O combate flui perfeitamente e é extremamente satisfatório finalizar um grupo de inimigos (seja no modo stealth ou em uma pegada mais “mano a mano”).
Com um nível de dificuldade escalonável e bem acessível, o jogo consegue balancear a gameplay de ambos os protagonistas e deixar o combate extremamente divertido.
É evidente a dedicação da equipe de desenvolvimento em oferecer uma versão fiel aos consoles de maior desempenho. No Switch 2, Assassin’s Creed: Shadows mantém paridade total com as outras plataformas: não há cortes de conteúdo, missões ou cutscenes — tudo foi preservado.
Contudo, essa façanha tem um custo. Isso fica claro ao observarmos o tamanho do jogo no console da Nintendo: aproximadamente 62 GB. Embora seja um tamanho elevado, representa apenas metade do espaço ocupado nas versões dos consoles mais potentes ou PC.
Considerando o tamanho reduzido do jogo no console da Nintendo, fica evidente que algumas concessões foram necessárias para garantir um desempenho satisfatório. A resolução e a qualidade dos modelos são visivelmente inferiores às das demais plataformas; tecidos e cabelos têm malhas simplificadas, e a iluminação global perde os efeitos de reflexos espaciais.
Ainda assim, o Switch 2 entrega um resultado bastante competente, tentando se aproximar do que vemos no Xbox Series S — embora nem sempre consiga, já que o console da Microsoft ainda leva vantagem em força bruta. Inclusive, foi justamente a versão do Series S que serviu de base para este port.

A mágica do port se dá pelo uso do DLSS, a tecnologia de upscaling da Nvidia, o jogo mantém muito bem a escala e a ambição típicas dos títulos da série. A extensão do mapa, as mudanças climáticas e sazonais, assim como os efeitos de iluminação que acompanham o ciclo de dia e noite, permanecem preservados nessa versão.
Porém nem tudo são flores e diversas concessões visuais tiveram de acontecer: a iluminação é bem mais simples, o mesmo pode ser dito dos níveis de complexidade e distância dos modelos e também da física das malhas e tecidos; apesar de conseguirem manter a essência e profundidade dos cenários, situação que fica ainda mais nítida no modo portátil, onde a resolução abaixa bastante.

No quesito iluminação, o que mais senti falta foi o visual da água das outras versões. No Switch 2 ela fica com uma aparência mais “chapada”, mais fosca e sem tanta profundidade nos reflexos, resultando em uma sensação menos realista.
O jogo conta com o recurso de cross-save, onde o progresso do jogador é compartilhado entre duas ou mais plataformas, o que foi extremamente útil: ao invés de iniciar uma aventura do zero, apenas executei o jogo no Switch 2 e ele automaticamente buscou meu jogo salvo nos servidores da Ubisoft (era um arquivo de save que joguei no início do ano no meu PC/Steam Deck), aproveitando com isso todo o meu progresso anterior (cerca de 20 horas). Embora eu não tenha chegado a testar, ainda é possível no Playstation 5 aproveitar não somente a progressão oriunda de outra plataforma, mas também carregar as conquistas previamente desbloqueadas, que no Playstation 5 serão convertidas em troféus que devem “pipocar” automaticamente. Ponto extremamente positivo e que faz a diferença para os caçadores de platinas.
Sou fã de carteirinha de portáteis, logo cerca de 90% do meu tempo dedicado para essa análise se deu no modo handheld. Apesar do game perder muita resolução no modo portátil, não chega a deixar o jogo com um aspecto "feio", porém evoca muito daquela conhecida sensação para jogadores do port de “The Witcher 3” no Nintendo Switch: que é um misto de surpresa e encantamento inicial, porém ao se comparar com outras plataformas lado-a-lado, o encanto pode se esvair aos poucos.

O jogo durante as minhas quase 25 horas de jogatina no Nintendo Switch 2, não apresentou quedas bruscas de quadros, conseguindo manter algo próximo dos 30 quadros por segundo quase que o tempo todo, com exceção de cenas mais intensas (como por exemplo a introdução do personagem Yasuke, no início do jogo).
Os tempos de loading são rápidos, tanto entre seções quanto após uma tela de game over, e isso realmente me surpreendeu. Considerando a enorme quantidade de modelos, assets e texturas presentes no mapa, o jogo carrega muito rápido — até mais do que no Steam Deck.
Por outro lado, ao comparar as duas versões em questões de fidelidade visual, fiquei um pouco decepcionado com o Switch 2. Em outros jogos que testei em ambas as plataformas, como Cyberpunk 2077 por exemplo: nele o novo console da Nintendo costuma entregar resultados superiores ao portátil da Valve. Ainda assim, para ser justo, lembro que na época em que joguei AC: Shadows no Steam Deck enfrentei engasgos e stutterings frequentes, enquanto no Switch 2 isso não aconteceu, mesmo antes do patch. Mas eu ainda esperava um salto maior no aspecto visual, especialmente considerando tecnologias como DLSS e Ray Tracing disponíveis no console da Nintendo; de qualquer forma, após o update 1.1.17 o jogo teve uma melhora significativa em termos de performance visual, inclusive melhorando o nível de texturas e a resolução do modo portátil drasticamente.
O jogo conta ainda com compatibilidade à tela tátil do Switch 2 para navegação do menu, eu particularmente não vi muita funcionalidade nessa opção, mas penso que um modo de compatibilidade com o giroscópio (ou mesmo com modo mouse do Joy-Con 2) durante o uso de arco e flechas/teppo seria muito bem-vinda caso viesse a ser implementada. A título de curiosidade, Teppo é uma arma de fogo rudimentar adaptada pelos japoneses em cima do arcabuz/bacamarte português.
Como já adiantei anteriormente, o jogo consegue entregar toda experiência esperada de uma aventura de proporções épicas no Switch 2, sendo o local mais prático para se progredir no jogo: foi muito mais cômodo pegar o Switch 2 para uma sessão de jogatina durante o horário do almoço no trabalho, e depois continuar de onde parei durante a noite largado no sofá: resolvia algumas quests, limpava alguns castelos e desbrava o mapa no meu ritmo, o que foi possibilitado graças a essa versão de Switch 2 não depender de conexão ativa da internet, característica que não existe nas outras plataformas.
Nota: 9.5 Jogo excelente, completo e imersivo no Switch 2
Uma experiência fantástica, ricamente ambientada em um mundo vasto e pulsante à altura de um port triplo-A. O desempenho e qualidade gráfica que era passível de bastante críticas na versão de lançamento, após o patch melhorou bastante - principalmente no modo portátil.
Ficha Técnica
Título:
Plataformas: Nintendo Switch, Mac, PC, PlayStation 5, e Xbox Series X|S.
Desenvolvedora: Ubisoft
Distribuidora: Ubisoft
Pontos positivos:
• Jogabilidade divertida com um combate extremamente satisfatório;
• Port completo (1:1): nenhum corte de conteúdo — todas as missões, cutscenes e sistemas presentes nas outras plataformas estão intactos;
• Cross-save entre todas as plataformas;
• Tempos de loading rápidos;
• Possibilidade de se jogar offline normalmente (deveria ser padrão em todas as plataformas);
Pontos negativos:
• Inconsistências no LOD (nível de detalhe) dos objetos no cenário (e pop-in recorrentes);
• Versão visualmente inferior se comparar com as demais plataformas;
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