[Análise] Star Wars: Racer para Nintendo Switch
04/08/2020 19:07 por H. SanchezCategorias Nintendo Switch
Baseado na cena de corrida de pods do filme Star Wars: Ameaça Fantasma, a LucasArts se aproveitando do hype do retorno da franquia aos cinemas, lançou em abril de 1999 o game Star Wars Episode I: Racer. Naquele momento o game teve lançamento para as plataformas PC e Nintendo 64, em abril de 2000 o saudoso Dreamcast também recebeu um port do jogo, a versão para o Playstation nunca chegou a ser lançada, uma versão 2D simplificada também saiu para o Gameboy Color.
Misturando uma jogabilidade divertida com a sensação de velocidade extrema, o game teve uma boa recepção de público, o que resultou em um bom de fluxo de vendas na época. O jogo atendia bem a pegada das corridas “sci-fi” e tentava ocupar espaço no meio de outros games do gênero: Wipeout e e F-Zero são ótimos exemplos desse estilo. Apesar da “concorrência” de peso, era relativamente comum ver o Star Wars: Racer rodando nas antigas locadoras em seus Nintendo 64.
Uma curiosidade da época era o fato de que o jogo tinha uma versão vendida pela Playtronic aqui no Brasil, essa edição acompanhava o cartucho de expansão de memória (expansion pak) do Nintendo 64, o motivo era simples, a versão do SW: Racer com o acessório era beneficiada por uma resolução mais alta se comparada à versão “base” do Nintendo 64. Já se passaram 20 anos e ainda tenho essa mesma sensação quando assisto um jogo rodando no PS4 PRO e olho pro mesmo jogo no meu PS4 base. Algumas coisas nunca mudam, não é mesmo, indústria dos videogames?
Um bom exemplo da popularidade do Star Wars: Racer era esse bundle do Nintendo 64
Curiosidades à parte, o game que já possuía uma jogabilidade “bem redonda” desde a época da sua primeira versão, teve seu excelente gameplay mantido (e de certa forma até refinado) pela Aspyr Media, desenvolvedora responsável pelo port recém-lançado para Nintendo Switch e Playstation 4. A jogabilidade refinada se deve à adoção do uso do analógico direito para controlar a inclinação do pod durante a corrida (nas versões anteriores era necessário apertar os botões L ou R para realizar essa manobra. A versão do Switch ainda possui a opção de jogar com o “motion control” dos Joycons.
Composto por 16 pistas, o jogo possui um sistema bem interessante de aquisição e substituição de partes dos pods (num estilo Gran Turismo), o que possibilita ir melhorando a aceleração, top speed e outros status na medida que as corridas vão sendo vencidas (o que geram créditos em moedas do jogo), também é possível adquirir Pit Droids, aqueles simpáticos robôs capazes de reparar danos nas naves durante as partidas.
Como grande fã do game desde sua versão no Nintendo 64, fiquei bastante entusiasmado com esse relançamento, principalmente pelo fato finalmente conseguir jogar em alta resolução com fluídos 60 frames por segundo, inclusive no modo portátil em qualquer lugar com o Nintendo Switch. De fato, minha necessidade foi atendida, o jogo e sua experiência original estão mantidos nesse relançamento (inclusive com partes em CG tal qual na versão para PC original), o problema é que o port peca justamente na sua manutenção de sua originalidade, um exemplo disso é o HUD do jogo, visivelmente esticado para caber na tela em resolução maior, onde é possível facilmente distinguir a idade do título com os pixels saltando na tela ao observar os detalhes durante a corrida, isso também ocorre com as texturas que em algumas paredes apresentam super esticadas, o que deixa o título um pouco datado. Outra característica marcante que o título possui no Nintendo 64 é o reflexo de luzes na área externa do cockpit das naves, infelizmente esse pequeno detalhe ficou restrito ao Nintendo 64, muito curioso é o fato nem a versão do PC ou a de Dreamcast possuir essa pequena opção, que dava um charme meio “ray-tracing” justo para a versão mais humilde do game, paradoxal hein?
Nessa screenshoot é possível ver com clareza as texturas esticadas e pixeladas :(
A versão do PS4 é ligeiramente superior ao Nintendo Switch devido ao “draw distance” maior, achei uma opção de design estranha, levando em conta que o efeito fog (que é utilizado para disfarçar o carregamento da pista e seus objetos) já era superior desde a versão do Sega Dreamcast, só lembrando: há 20 anos atrás!
No momento da confecção dessa análise a desenvolvedora lançou o update 1.01 do game, o que aparentemente melhorou o som (que estava bastante alto e “estourado”) e (re)adicionou os dois sóis, que é uma característica marcante da 1ª corrida no Planeta Tatooine e por algum motivo bizarro não apareciam antes do update.
O jogo é uma boa pedida, apresentando um level design de pistas interessante e marcante, principalmente para quem curtiu o jogo lá nos longínquos final dos anos 90, porém o preço inicial do game acaba puxando o freio de mão da nostalgia, o preço é de R$ 62,50 na Playstation Store ou o equivalente a R$ 69,00 na Nintendo eShop mexicana (eShop mais barata no momento dessa análise), valor ligeiramente salgado para um game que apesar de ser bacana e divertido, não envelheceu bem visualmente falando.
Veredito final: um clássico desde suas raízes, SW: Racer é um bom jogo, fluído e com um gameplay responsivo. Jogo recomendado. Porém, vale muito a pena esperar uma promoção de 50% de desconto no futuro.
Para a galera que tem um Nintendo Switch e quer se aventurar no mundo de corridas Sci-fi, sugiro outro excelente título chamado Fast RMX (saiu também para o Wii U). Para quem joga no Playstation 4/Xone existe também o Redout, além da coletânea do Wipeout no PS4.
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