[Análise] Starlink: Battle for Atlas para Nintendo Switch
30/01/2019 15:16 por H. SanchezCategorias Nintendo Switch Ubisoft
A Ubisoft vem demonstrando uma certa relação de amizade com a plataforma híbrida da Nintendo, e no jogo Starlink: Battle for Atlas não foi diferente, apesar do game estar disponível também para Playstation 4 e Xbox One, é no console Nintendo Switch que o shooter de ação espacial realmente brilha. Apesar do Nintendo Switch possuir um hardware e visual inferior ao das outras plataformas, a cereja do bolo/maior atrativo do game está no console da Big N, por um motivo simples: a versão para o Switch conta com a participação da franquia Star Fox e seus personagens, contando com missões e habilidades exclusivas, além da icônica espaçonave Arwing.
Airwing de volta trazendo uma boa dose de nostalgia
Originalmente o jogo tem a premissa no uso de miniaturas "toys-to-life" (algo semelhante a franquia Skylanders, da Activision), onde o jogador pode dispor de naves, armas e pilotos em miniaturas (físicas ou digitais) para obter uma estratégia mais adequada conforme cada momento do jogo. Na prática, as naves funcionam como vidas extras, pois ao ter sua nave abatida, o jogo fornece a opção de acoplar uma outra nave antes do ressurgimento do jogador no último checkpoint. Algumas armas e naves adicionais facilitam (e muito) a jogatina, tornando o jogo uma peleja ligeiramente mais difícil para quem dispõe apenas da versão "Starter" do game, e apesar de torcer o nariz com práticas de micro-transações em jogos, confesso que a miniatura da Airwing que acompanha a "Starter Edition" do Nintendo Switch é capaz de trazer uma boa dose de nostalgia para a estante de qualquer marmanjo que vivenciou as aventuras de Fox McCloud na época dourada do SNES.
O grande diferencial na versão da plataforma da Nintendo
Utilizando acertadamente da engine Snowdrop (a mesma utilizada em Mario + Rabbids, The Division e Steep), a desenvolvedora demonstrou o quão elástico esse motor-gráfico consegue ser, pois é capaz de entregar gráficos exuberantes nas versões do Playstation 4 e Xbox One, bem como um desempenho balanceado entre visual e performance de maneira extremamente satisfatória e competente no Switch (apesar da resolução visivelmente inferior no modo portátil).
Mesmo no Nintendo Switch, Starlink demonstra um belo visual
Starlink: Battle for Atlas entrega um shooter espacial com visão em terceira pessoal de jogabilidade sólida, polida e recompensadora, a manobrabilidade das naves não faz jus ao padrão Star Fox, sendo um pouco limitada a quantidade de acrobacias e manobras (mas o famoso "barrel roll" está lá!), e apesar das inúmeras atividades e missões disponíveis ao longo da jornada, o jogo sofre com uma característica crônica de alguns games da Ubisoft: o excesso na repetição de objetivos, o que por vezes acaba por tornar a jornada cansativa, problema esse que é facilmente contornado com a excelente jogabilidade trazida pelo título.
A quantidade de planetas a serem visitados do jogo é pequena se comparada a outros games com temática espacial, porém cada planeta possui um nível de detalhe ímpar (divididos entre biomas, faunas e floras), o fator visual do game é realmente interessante.
O jogo possui árvores de habilidades para cada piloto que vão sendo desbloqueadas a cada evolução de nível, e outro ponto muito interessante da mecânica do jogo: a possibilidade de melhorar cada arma e nave adicionando slots com "núcleos de modificação", cada núcleo adiciona status diferentes (deixando a nave com velocidade mais rápida ou aumentando sua defesa por exemplo), esses slots serão desbloqueados a medida que o jogador vai avançando no jogo, podendo inclusive fundir núcleos semelhantes, criando assim modificações com stats superiores.
Os combates são divididos em dois tipos: as batalhas espaciais, onde o jogador irá enfrentar hordas de inimigos da legião (principais vilões do jogo) e alguns piratas espaciais na imensidão do sistema solar do jogo, Atlas; e as batalhas terrestres: o jogador irá combater nos planetas planando com a nave cerca de 1 metro acima do solo, momento em que o jogo se transforma em um autêntico shooter de terceira pessoa. Para quem jogou Star Fox, as batalhas terrestres de Starlink lembram um pouco as partes terrestres da franquia da Nintendo.
A história/enredo está lá, com direito a algumas poucas cutscenes bem feitas, e embora funcione apenas como plano de fundo para os combates espaciais rolarem soltos, ela não é ruim, porém carece de momentos e desfechos decisivos ou marcantes. A ressalva aqui fica por conta da história exclusiva para a versão do Nintendo Switch do jogo, a "campanha Star Fox", onde Fox McCloud se junta a tropa da iniciativa Starlink para juntos, salvarem o sistema Atlas das garras da legião e acabam enfrentando Wolf O'Donnell (vilão da franquia). A história de Star Fox, apesar de relativamente curta, ajuda a preencher a lacuna de um game da franquia para o Nintendo Switch.
O multiplayer se resume a adição de um modo "co-op" muito divertido, que somente funciona de forma local, não permitindo jogar online com os amigos. No Nintendo Switch, por razões de hardware, tal recurso só funciona no modo "Docked" pois no modo portátil o console híbrido sofre um corte em sua potência para aumentar a duração da bateria. Durante o pouco tempo que joguei em co-op, posso relatar que não percebi o desempenho ser prejudicado e a jogatina fluiu de maneira suave.
O game conta com co-op local
Starlink: Battle for Atlas é uma excelente adição à biblioteca de qualquer console e apesar do Switch possuir notoriamente o visual mais fraco diante da concorrência, é nele que a nostalgia bate forte com a turma de Star Fox: é muito divertido acionar a habilidade de Fox McCloud que convoca membros do seu esquadrão para auxiliar no combate (com direito a música da série e dublagem fiel), e nem que seja por alguns instantes, foi possível imaginar que de fato estava jogando um Star Fox.
Nota: 7.7 - Bom
Ficha Técnica
Título: Starlink: Battle for Atlas
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One.
Desenvolvedora: Ubisoft
Distribuidora: Ubisoft
Pontos positivos:
- Visual competente;
- Um compêndio robusto com uma boa dose da lore do jogo;
- Loadings praticamente inexistentes (o jogo só carrega ao sair e entrar nos planetas de forma rápida e imperceptível);
- Co-op divertido;
- A inclusão de Star Fox na versão do Switch.
Pontos negativos:
- Ausência de objetivos diferentes e missões diversificadas;
- Poderia existir uma diversidade maior de armas;
- Sistema de obtenção de recursos naturais raso e sem sentido;
- Deveriam existir mais chefes, com variações no combate.
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